Luiz Pinto- óleo s/ tela
‘A arte genuína’, afirmou o mestre, ‘não conhece nem
fim nem intenção. Quanto mais obstinadamente o senhor se empenhar em aprender a
disparar a flecha para acertar o alvo, não conseguirá nem o primeiro e muito
menos o segundo intento. O que obstrui o caminho é a vontade demasiadamente
ativa. Eugen Herrigel - A arte cavalheiresca do arqueiro zen. São Paulo.
Editora Pensamento-Cultrix.
Aprender não é tarefa fácil. Quando tentamos dominar
um ofício de forma solitária é como andar sem rumo por um imenso campo . A mão
do mestre nos indica o caminho, nos socorre e nos fortalece quando de nossas
incertezas.
A oportunidade
de encontrar e seguir um mestre reforça a convicção de que o que fazemos é o
certo e que não estamos sozinhos em nossa caminhada de aprendizado constante.
Recordo-me da aparente facilidade no manejo das tintas
e do pincel, e das dicas que eram passadas de modo despretencioso.
A experiência que ensinava a trabalhar pelo resultado,
não como objetivo final mas como um inesperado e único momento em que não se
precisava mais tocar na tela. Durante os anos de convivência, palavras novas
foram adicionadas ao meu vocabulário: paciência, tenacidade, concentração, descontração,
repetição, humildade…
Dizia que as cores tinham que conversar, que tinha
muita dificuldade em pintar, que a pintura é coisa séria.
Dizia que eu levava jeito; e que em Minas, tudo era
meio diferente.
Gostava de Sorolla, Paulo do Valle, Carol Kossak,
Rodolf Weigel, Altamiro Carrilho e de vinho e chopp.
Pintou as mais belas paisagens que meus olhos já viram…
Muito obrigado meu mestre Luiz Pinto (1939- 2012).